14/03/2012


QUADRO EVOLUTIVO DA CONCEPÇÃO DO TERMO METÁFORA, A PARTIR DE ARISTÓTELES.

ARISTÓTELES: Substituição de uma palavra por outra.A metáfora é o transporte para uma coisa de um nome que designa um outro nome, um transporte ou de gênero para espécie, ou da espécie para o gênero ou da espécie para a espécie ou de acordo com a relação de analogia

BALLY: (Sem data no original): Metáfora não é nada além de uma comparação onde o espírito, enganado pela associação de duas representações, confunde, em um único termo, a noção caracterizada, o objeto tomado por ponto de comparação. Aquele que diz: 'Este homem é ardiloso como uma raposa' (comparação), afirma, em uma forma analítica a mesma coisa que se dissesse: ‘Este homem é uma raposa' (metáfora). Alias, estas associações são baseadas em analogias vagas, por vezes, muito ilógicas.

BARTHES (1964): Todas as sucessões metafóricas são um paradigma sintagmático.

COHEN (1966): A metáfora poética é a passagem da linguagem denotativa para a linguagem conotativa, passagem obtida pelo desvio de uma palavra que perde o seu sentido no nível da  primeira linguagem, para encontrá-lo na segunda. Para que a conotação, ou seja, a poesia apareça, não deve haver nenhum elemento em comum entre ambas. Então,e só então, na ausência de qualquer analogia objetiva, surge a analogia subjetiva, o significado emocional o sentido poético.

SOJCHER (1969,): Renunciando ao dualismo de Cohen, é necessário talvez ver na metáfora, não o segundo tempo da figura, (a resolução de desvio por mudança do código), não um golpe de força contra a linguagem, nem a criação de uma linguagem nova, mas somente um nível de aprofundamento da linguagem prosaica, sempre melhor aproximada,melhor adequada. Não há metáfora sem esta potencialidade de relações justas e sem a sua aplicação, sem a motivação do signo.A metáfora, em um sentido amplo substitui “ao termo próprio, um outro termo que desvia-se do seu emprego e do seu sentido para conferir-lhe um emprego e um sentido novo.”  

ECO (1975): A metáfora nasce de uma agitação interna ao sémiosis. Pode-se inventar uma metáfora graças à linguagem que, no seu processo de sémiosis ilimitado, constitui uma rede multidimensional de metonímias onde cada uma é explicada por uma convenção cultural antes que por uma semelhança original. (.) A metáfora se apóia em uma metonímia.

RICOEUR (1975) ...“o lugar” da metáfora, seu lugar mais íntimo e último, não é nem o nome, nem a frase, nem mesmo o discurso, mas a junção do verbo ser. O “é” metafórico significa ao mesmo tempo “não é” e “é como”. 

FONTANIER (1977) Os tropos por semelhanças [isto é, as metáforas] consistem em apresentar uma idéia sob o signo de uma idéia mais atraente ou mais conhecida,que, aliás, só se atem à primeira por uma  certa conformidade ou analogia

MARCHAL(In JONGEN,1980): Uma expressão linguística será considerada metafórica na medida em que os termos que a envolve pertençam a linguagens diferentes, a universos  semânticos diferentes. Produzir uma metáfora equivale a  produzir uma nova linguagem, ou melhor, a produzir uma nova prática discursiva.Com efeito, contrariamente ao neologismo que consiste em renovar o léxico através da introdução de novas unidades,o esforço da metáfora atua essencialmente no contexto de um léxico existente e conseqüentemente sobre sua semântica.

KLEIBER (1983, citado por MEYER, 1988): Só existe uma metáfora se: (1) o sentido literal não corresponde ao que quis dizer o orador/ ou não remete a um referencial que faz parte de sua referência virtual, (2) o entendimento do que quis dizer o orador ou a descoberta da referência atual 'estranha' passa para a aplicação de mecanismos de similaridade.

LAKOFF (1985): A essência de uma  metáfora é que ela  permite compreender uma coisa (e de experimentá-la) em termos de uma outra coisa qualquer.

KLEIBER (Em Charbonnel, 1999): Na base de qualquer metáfora existe uma transgressão do uso ordinário de palavras e combinações, em suma, um ‘crime literal’. Normalmente, o termo leão não se destina a ser  predicativo de um homem (Paul é um leão), do mesmo modo que engolir não se refere a qualquer ação de ondas (As ondas engolem...). Portanto, há algo inconveniente em declarações metafóricas, que serve como um critério na identificação parcial da maioria das definições de metáfora.

LONNOY (2001-2002): O conceito de metáfora baseia-se na adição de conotações à noção de comparação.
Tradução:Niuza Eugênia  http://auladefrances-bh.blogspot.com

12/03/2012

Publicação Revista Portuguesa

2001- Uma Proposta de Metodologia de Ensino com Analogia
Ronaldo Luiz Nagem, Dulcinéia O. Carvalhaes, Jully Anne Y. T. Dias
REVISTA PORTUGUESA DE EDUCAÇÂO
UNIVERSIDADE DO MINHO- PORTUGAL